Desenvolvimento infantil: atividades simples ajudam a enfrentar problemas de saúde
Quando uma criança enfrenta, logo no início da vida, uma doença ou uma situação mais delicada de saúde, por vários motivos isso pode interferir no seu desenvolvimento, mesmo que de forma sutil.
Um bebê pode ter atrasos na fala e na evolução dos movimentos, por exemplo, o que acarreta consequências futuras. Por isso é importante que esses pequenos atrasos sejam identificados rapidamente. Assim, a família pode entrar em cena e estimular a criança com atividades que permitirão reverter o quadro. Brincar de “aviãozinho” com o bebê de quatro meses pode ser um exercício importante para ajudar a desenvolver a musculatura do pescoço, por exemplo. Foi pensando nesses casos que a enfermeira Flávia Alvarenga Fernandes Bruzi produziu sua dissertação de mestrado – a primeira defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Lavras (PPGDSA/UFLA).
Os resultados do estudo mostraram que 53,37% das crianças avaliadas apresentavam algum tipo de atraso. Esse percentual caiu para 14,41% depois que os pais ou responsáveis realizaram atividades diárias de estímulo com as crianças, por períodos de três e seis meses. Eles receberam da pesquisadora a orientação sobre quais atividades promover e como fazer. Esse roteiro foi elaborado a partir de informações extraídas de três manuais do Ministério da Saúde, que foram compiladas por Flávia e deram origem a um protocolo de intervenções que pode ser utilizado por profissionais de saúde em qualquer unidade de atendimento, para orientação aos familiares. “O trabalho mostrou que intervenções muito simples – medidas fáceis de serem replicadas – são eficazes para prevenir o atraso de desenvolvimento e mesmo reverter os casos já existentes. Em um período muito curto – de apenas três meses – a maior parte das crianças já consegue alcançar o desenvolvimento compatível com a idade”, avalia Flávia.
A pesquisa
O estudo foi desenvolvido com 118 crianças de até 5 anos de idade, assistidas pelo Centro Estadual de Atenção Especializada (Ceae), referência para dez municípios da região de Lavras. São crianças que passaram ou passam por diferentes problemas de saúde, como nascimento prematuro, infecções por toxoplasmose e outras doenças, baixo peso persistente e outros muitos casos que exigem atenção especial. Inicialmente, a pesquisadora realizou o diagnóstico para identificar quais delas possuíam algum tipo de atraso no desenvolvimento. A maior parte (53,37%) foi identificada com potencial de atraso. O trabalho permitiu também observar que existe uma relação entre o atraso no desenvolvimento e algumas circunstâncias que colaboram para esse atraso, como o uso contínuo de medicamentos pela criança e um histórico de internações frequentes, por exemplo.
Depois da primeira avaliação, as famílias das crianças com possível atraso foram orientadas a realizar pequenos exercícios e atividades diariamente. Nova avaliação foi feita depois de três meses, quando a pesquisadora conseguiu constatar os efeitos do programa de atividades: houve redução significativa no número de crianças que permaneciam com sinais de desenvolvimento aquém do esperado para a idade. Os estímulos continuaram e, passados mais três meses, houve outra etapa de avaliação. Já nessa fase, não se observou alteração significativa dos resultados, ficando evidente que a evolução das crianças ocorre mesmo dentro de um curto espaço de tempo.
Para que os pais e familiares mantivessem a rotina de atividades, Flávia considera que foi determinante o contato contínuo que manteve com eles. “Frequentei o Ceae durante todo esse tempo, e todas as vezes que encontrava as famílias conversávamos sobre as atividades. Foi uma forma importante de mantê-los engajados com o protocolo”, diz. “Outro ponto importante é ressaltar que os avanços ocorrem mais facilmente com crianças menores de três anos. É mais promissor reverter atrasos ainda nessa fase da vida. Como os atrasos podem ser sutis, muitas vezes pais e médicos não os identificam prontamente, e as intervenções acabam ocorrendo apenas quando a criança está maior. Por isso, é tão importante identificar precocemente e aplicar o protocolo”, explica a pesquisadora.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Lavras.
Fonte: Tech4Health
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Transplante de medula óssea na idade pediátrica: microbiota influencia aparecimento de complicações
Microbiota intestinal de crianças submetidas à cirurgia tem características relacionadas ao resultado da terapia
A microbiota intestinal – o conjunto de microrganismos simbióticos que habitam o intestino humano – desempenha um papel decisivo na decisão do pós-transplante de medula óssea em pacientes pediátricos. Isto é sugerido por dois estudos coordenados por pesquisadores da Policlínica de Sant’Orsola e da Universidade de Bolonha, na Itália.
Os pesquisadores observaram que crianças que desenvolvem complicações pós-transplante têm uma microbiota mais rica em bactérias resistentes a antibióticos. A descoberta abre caminho para o uso futuro da microbiota como uma ferramenta para reconhecer antecipadamente os pacientes com maior risco de desenvolver complicações e, portanto, para estudar terapias personalizadas e profilaxia.
Perigo de rejeição
O transplante de medula óssea permite a transfusão de células-tronco hematopoiéticas, ou células-tronco que dão origem a todos os diferentes tipos de células presentes no sangue. É um procedimento usado para tratar muitas doenças do sistema imunológico e do sangue, como a leucemia.
Como com todos os transplantes, no entanto, o risco de desenvolver complicações não está ausente. Em particular, o transplante de medula óssea pode desencadear a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro (GVHD): uma reação com uma taxa de mortalidade significativa, que pode ser particularmente perigosa para pacientes pediátricos.
Aumento de resistência
Para analisar a relação entre microbiota e resistência a antibióticos, os pesquisadores realizaram uma análise em pacientes pediátricos com foco no conjunto de todos os genes envolvidos no desenvolvimento da resistência a antibióticos presentes no genoma das bactérias que ficam instaladas no intestino.
O estudo – publicado na revista Scientific Reports – envolveu oito crianças internadas no Centro de Oncologia e Hematologia Pediátrica da Policlínica de Sant’Orsola, metade das quais desenvolveu GVHD após o transplante de medula óssea. Usando técnicas massivas de sequenciamento de DNA, os pesquisadores apontaram que, imediatamente após o transplante, tanto a resistência aos antibióticos já ativos quanto a aquisição de novas resistências estavam ocorrendo na microbiota intestinal dos pacientes.
Terapia personalizada
Um segundo estudo também foi realizado para confirmar a conexão entre a microbiota intestinal e a probabilidade de desenvolver GVHD após o transplante de medula óssea, envolvendo vários centros de transplantes italianos:o Hospital Bambino Gesù em Roma, o Hospital de Verona, o Policlinico San Matteo de Pavia e o Policlinico di Sant’Orsola, em Bolonha.
Os resultados – publicados na revista científica BMC Medical Genomics – mostraram as variações na composição da microbiota de 36 crianças antes e depois do transplante. E mesmo nesse caso, o papel da população bacteriana intestinal emerge claramente: os pacientes que acabam desenvolvendo GVHD já apresentavam uma microbiota alterada, com biodiversidade reduzida e uma abundância maior de bactérias específicas ligadas ao desenvolvimento de inflamação, antes mesmo do transplante.
Acesse a notícia completa na página da Revista UniBo, da Universidade de Bolonha (em italiano).
Fonte: Tech4Health
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Análise da atividade bioelétrica pode permitir diagnóstico mais rápido e confiável de problemas intestinais
O Dr. Peng Du, do Instituto de Bioengenharia da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, lidera uma pesquisa cujo objetivo é o desenvolvimento de dispositivos que possam ajudar no diagnóstico e tratamento rápidos e confiáveis de problemas intestinais. O pesquisador ganhou recentemente o Prêmio de Cientista Emergente MacDiarmid de 2018.
O trabalho liderado pelo Dr. Peng Du poderá fazer uma grande diferença na vida das pessoas que sofrem de condições digestivas crônicas que causam constantes náuseas e doenças. Ele usa uma combinação de dados experimentais e modelagem matemática para entender o que acontece com a comida que comemos, e as interações entre ondas de atividade bioelétrica geradas pelo intestino e seus movimentos para garantir que os nutrientes essenciais possam ser absorvidos. Os cientistas mapearam a atividade bioelétrica do trato gastrointestinal para distinguir funções intestinais saudáveis de anormais.
Foram desenvolvidas tiras de polímero descartáveis e flexíveis embutidas com eletrodos e circuitos para mapear a atividade bioelétrica, transmitindo as leituras para uma análise numérica. “Registrar a atividade intestinal de vários eletrodos foi nosso primeiro grande salto tecnológico e queríamos ter certeza de que os dispositivos e tecnologias fossem transferíveis do laboratório para um ambiente clínico”, diz o Dr. Peng Du. Para validar o trabalho de sua equipe, ele levou a técnica para outras pesquisas na Europa, Ásia e Estados Unidos.
O pesquisador e sua equipe de engenheiros biomédicos e clínicos conseguiram uma outra descoberta na qual a mesma atividade intestinal pode ser monitorada com uma série de eletrodos colocados na superfície do corpo, eliminando potencialmente a necessidade de procedimentos de diagnóstico médico invasivos. “Se você pode detectar a atividade elétrica, você tem uma maneira de entender as contrações e as funções gástricas sem recorrer a exames médicos invasivos e caros. É como um eletrocardiograma para o intestino e não para o coração ”, afirma o especialista.
A fabricação de protótipos está em andamento e o Dr. Peng Du diz que os primeiros dispositivos estão quase prontos para testes com pacientes em dez centros médicos em todo o mundo. Uma empresa spin-out do Instituto de Bioengenharia da Universidade de Auckland , a FlexiMap Ltd, foi fundada para gerenciar a comercialização e a propriedade intelectual gerada a partir da pesquisa.
A modelagem matemática do Dr. Du também está alimentando um programa colaborativo internacional para desenvolver um “Intestino Virtual”, abrindo o caminho para melhores técnicas de diagnóstico.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).
Fonte: Tech4Health
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Uso excessivo de fones de ouvido pode causar perda auditiva
O ideal é não utilizar por mais de meia hora continuamente e ouvir sempre com volume baixo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50% da população entre 12 e 35 anos moradora de países de média e baixa renda escuta música em intensidade que pode ser prejudicial para a sua audição. Os fones de ouvido são importantes fatores dessa estatística. O Órgão estima que mais de 1 bilhão de jovens nessa faixa etária correm o risco de sofrer perdas auditivas por divertir-se com as canções em altura excessiva nesses equipamentos. Por isso, é importante estar atento para conseguir aproveitar as melodias e manter-se saudável.
Segundo a OMS, 360 milhões de pessoas possuem perda de audição em todo o mundo. Esses problemas podem ser congênitos, presentes desde o nascimento, ou adquirido ao longo da vida. Neuropatias, diabetes e a degeneração das células da cóclea e do nervo auditivo causadas pelo envelhecimento estão entre as possíveis causas. Normalmente, quem sofre com essa situação tem alguma predisposição genética, no entanto, a exposição demasiada ao barulho também pode contribuir e, nesse sentido, o fone de ouvido tem um papel de destaque.
A utilização abusiva e prolongada do equipamento é capaz de causar efeitos irreversíveis independente do modelo escolhido. Para garantir a sua saúde, o essencial é não abusar. “Tanto o de inserção quanto o de concha, se usados excessivamente, são ruins. O ideal é não ficar mais do que meia hora continuamente. Realize pausas de, por exemplo, 10 minutos e ouça sempre com volume baixo”, explica a otorrinolaringologista do Hospital São Lucas da PUCRS, Dra. Inesângela Canali.
Se você já percebeu alguma dificuldade de compreensão auditiva, procure um especialista. Além de recorrer aos aparelhos de amplificação sonora para reabilitação, é importante controlar doenças como diabetes, hipertensão e dislipidemia, manter hábitos de vida saudáveis, evitar a exposição a ruídos altos e o uso intenso dos fones de ouvido.
Acesse a notícia na página do Hospital São Lucas da PUC-RS.
Fonte: Tech4Health
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Pesquisadores testam técnicas de conservação do tecido ovariano
Prática é indicada a mulheres que querem engravidar após tratamento oncológico
O congelamento de tecido ovariano é uma alternativa promissora para mulheres que sonham em ter filhos após passarem por tratamento oncológico. Diferentemente do congelamento de óvulos, essa prática permite recuperar a funcionalidade do ovário – tanto no quesito fertilidade quanto em relação à produção de hormônios. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Hormônios e Saúde da Mulher (INCT-Hormona) vêm desenvolvendo técnicas para melhorar a conservação do tecido congelado e proporcionar resultados mais positivos ao ser transplantado.
Os avanços já são observados em modelos animais e, ainda neste semestre, as novas técnicas deverão ser testadas em tecido humano. De acordo com o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e um dos pesquisadores envolvidos no projeto, Dr. Fernando Reis, embora a prática de congelamento de tecido ovariano já seja utilizada na medicina reprodutiva, ainda há muito a desenvolver.
O congelamento de tecido é indicado a pacientes que serão submetidas à quimioterapia ou à radioterapia, tratamentos que podem provocar a infertilidade. Quanto mais conservado estiver o tecido, maiores são as chances de sucesso do tratamento. Isso porque os fragmentos do ovário que forem congelados poderão ser transplantados de volta ao corpo da paciente, após sua cura. “Assim, o tecido vai se regenerar, e ela poderá voltar a produzir hormônios, ovular e a engravidar espontaneamente ou por meio de reprodução assistida”, explica o Dr. Fernando Reis.
O grupo pesquisa uma técnica que se vale de novos materiais crioprotetores, para evitar possíveis danos ao tecido exposto ao frio extremo. Na pesquisa, são comparadas duas técnicas de congelamento: a lenta e a ultrarrápida (vitrificação), com e sem polímeros sintéticos, que são produtos químicos que poderiam proteger ainda mais as células.
Essas técnicas vem sendo testadas em ovários de macacas e bovinos. Segundo o professor, a escolha desses animais se deve à semelhança estrutural e funcional com os ovários humanos. Os testes em bovinos utilizam material doado por frigoríficos. Os resultados, possivelmente, serão conhecidos ainda neste ano.
Acesse a notícia completa na página da UFMG.
Fonte: Tech4Health
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