Unicamp descobre zika em placentas de gestantes com exame negativo e avalia mudança de protocolo junto ao estado
Falso-negativo ocorreu quando mulheres grávidas com sintomas da doença passaram por exames entre 2016 e 2017 dentro do protocolo estabelecido pela Secretaria de Estado da Saúde de SP. Pesquisadores da Unicamp analisaram placentas de maneira diferente.
Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou a presença do vírus da zika nas placentas de gestantes que tiveram sintomas da doença no período de epidemia, mas resultado negativo em exames. Pesquisadores analisaram mais amostras do que o atual protocolo estadual exige, e pedem à Secretaria de Estado da Saúde que avalie mudanças nesse processo.
Essas mulheres com falso-negativo tiveram seus bebês no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Unicamp (Caism). Os tecidos das placentas colhidos, assim como exames de sangue, foram analisados pelo Instituto Adolfo Lutz, que tem o padrão de usar uma única amostra de placenta.
As pacientes autorizaram a pesquisa também pela universidade, que estudava o desenvolvimento de um novo protocolo de coleta da placenta. A diferença foi grande.
- A análise do tecido pela Unicamp foi feita em 17 placentas e o vírus foi confirmado em 14 delas. Antes, todas estavam com resultado negativo para zika.
- As cinco amostras de cada placenta foram coletadas e armazenados em condições ideais desde os partos, mantidas congeladas a -70º.
- As gestantes foram acompanhadas desde a gestação – 2016 e 2017 – até os nascimentos dos bebês, que ocorreram entre 2017 e 2018.
- Os bebês nasceram sem microcefalia.
- O protocolo estadual prevê acompanhamento deles, mas nem todas as mães o mantiveram.
- A Unicamp vai fazer contato com as 14 mães e monitorar seus bebês.
Placenta é marcador do zika
A pesquisa faz parte de uma tese de doutorado e foi feita em parceria entre a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e o Instituto de Biologia (IB). Professora titular de obstetrícia e orientadora da tese, Eliana Amaral explica que a placenta se mostrou uma importante depositária do vírus da zika.
“Nós vimos que a placenta é um repositório e um marcador de zika. Significa que não importa quando teve a gravidez, mas mostrou que estava com o vírus zika presente. Não sabemos se é uma barreira”, afirma Eliana.
Os 14 bebês precisam ser acompanhados para verificar se apresentarão ou não alguma sequela por conta do vírus na placenta. Algumas das possibilidades provocadas por arboviroses como o zika são problemas auditivos, oftalmológicos e neurológicos.
“É natural para uma mãe que, quando está vendo que não tem nada com a criança, não faça nenhum segmento. Vamos em busca dessas 14 crianças para confirmar se não tiveram nenhuma consequência”.
“Como se falou muito do zika só pela microcefalia, a nossa discussão é que as arboviroses podem ter outros tipos de consequência. E entender que a placenta sempre pode ser um bom marcador. Não se dá tanto valor à placenta quanto ela deveria receber”, completa a orientadora do estudo.
Amostras de diferentes partes da placenta
Eliana também atua como coordenadora do grupo de pesquisa de arboviroses na gestação da FCM. Segundo ela, no início da epidemia no Brasil, o governo agilizou formas de diagnosticar a doença. “Não podemos exigir deles um conhecimento que não existia”.
Os resultados eram rápidos, mas a conclusão da pesquisa mostra que o protocolo precisa ser alterado. Primeiramente, os testes com as cinco amostras das placentas das mães foram feitos na Unicamp utilizando o mesmo kit para diagnóstico do zika usado pelo estado.
“O nosso teste deu positivo, usando o mesmo teste”.
Dez dos 14 casos positivos apareceram já no teste usado pelo Instituto Aldolfo Lutz. Um outro teste feito no Laboratório de Vírus Emergentes do Instituto de Biologia consolidou as 14 confirmações da presença do zika.
A professora explica que a divergência nos resultados pode ser explicada pelas orientações de coleta e manuseio, que eram diferentes na época.
“A diferença é que tínhamos amostras coletadas de cinco partes diferentes, rigorosamente controladas para que o tecido ficasse vivo para que o exame fosse feito. Acreditamos que a grande razão da divergência tem a ver com as orientações que não eram habituais, de como tem que ser a coleta, o armazenamento, o cuidado com a placenta”.
Os exames foram feitos pela doutoranda Emanuella Meneses Venceslau, com coorientação da docente Maria Laura Costa do Nascimento, da FCM, e colaboração de José Luiz Proença Módena, coordenador do laboratório.
Mudança no protocolo do diagnóstico
Em relação ao protocolo, primeiro é preciso ter a discussão deste estudo com a Secretaria de Estado da Saúde e, posteriormente, do estado de São Paulo com Ministério da Saúde, informou a professora. A Unicamp aguarda retorno do estado sobre essa questão.
“Estabelecer um protocolo de, em situações de arboviroses, manter essa coleta mais detalhada, minuciosa, cuidados da placenta e submeter aos procedimentos recomendados. Toda grávida com febre, manchas na pele, com sinais de arboviroses deveria fazer. O objetivo é transformar isso em política pública”, defende Eliana Amaral.
A pesquisa foi feita com uso de recursos, como um freezer a -70º, que não existem atualmente em todas as maternidades. Por isso, será necessário discutir o que será possível fazer para obter o diagnóstico mais preciso.
“A coleta [da placenta] tem que ser de imediato, de preferência na primeira e segunda hora, coletadas as amostras e feita a conservação. Temos no Caism uma estrutura bem desenvolvida de conservação de material, o Biobanco. Esse protocolo é que permitiu que a gente teria uma amostra de qualidade”.
O que dizem estado e Ministério da Saúde
A Secretaria de Estado confirmou o contato feito pela Unicamp e disse, por nota, que o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) estadual segue os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para investigação e diagnóstico de doenças. “O setor está à disposição da pesquisadora”, diz o texto.
O Ministério informou que ainda não foi comunicado oficialmente pelo estudo e esclareceu que “adota o protocolo publicado no Guia de Vigilância em Saúde que orienta, diante de um caso suspeito de Zika, principalmente gestantes, casos graves e óbitos, só descartar a partir do resultado de duas sorologias não reagentes ou PRNT [Teste por neutralização de redução de placas] negativo.”
“Ainda de acordo com o Guia de Vigilância em Saúde, as amostras de placenta para análise histopatológica e imunohistoquímica devem ser coletadas até a 14ª semana de gestação; em casos de amostras de fetos e natimortos e recém-nascidos com malformação congênita, priorizam-se amostras de sistema nervoso central para IHQ”, completa a nota.
O Ministério explica que desde 2016 desenvolveu estratégias de diagnóstico rápido para a Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo vírus zika em crianças, e também fornece ajuda financeira para os pacientes que têm a síndrome.
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Síndrome Alcoólica Fetal: ingestão de álcool durante gravidez pode trazer sérios prejuízos à saúde
O dia 9 de setembro é mundialmente destinado à prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é causada pelo consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação
O dia 9 de setembro é mundialmente destinado à prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é causada pelo consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação. Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a SAF é caracterizada por malformações faciais e em outros órgãos, microcefalia, retardo mental e distúrbios comportamentais, comprometendo o desempenho escolar do indivíduo afetado. Atualmente, é considerada a principal causa de retardo mental não congênito no mundo, gerando custos altíssimos em saúde e educação. A SAF não tem cura e dura toda a vida. No entanto, ela é 100% prevenível, podendo ser, portanto, 100% evitável, desde que a gestante se abstenha do consumo de álcool durante a gravidez.
A maioria das pessoas sabe que não é seguro ingerir bebidas alcoólicas durante a gravidez, mas pesquisadores dizem que o número de crianças que sentem os impactos da SAF permanece muito alto.
A Dra. Natasha Reid, da Universidade de Queensland, na Austrália, afirma que, embora os pesquisadores trabalhem em maneiras de tratar e diagnosticar melhor a doença, é necessária uma abordagem mais ampla da prevenção. “Sabemos que existem vários fatores de risco que aumentam a probabilidade de SAF e um dos maiores é viver em uma sociedade que aceita altos níveis de bebida. Nossa gestão da SAF precisa se tornar mais uma abordagem social e não se concentrar apenas no indivíduo. Se uma mulher grávida está em um churrasco e seus amigos e familiares estão bebendo ao seu redor, torna-se muito mais difícil resistir às pressões para beber. Precisamos deixar de culpar o indivíduo e criar uma abordagem mais holística da prevenção, que inclua parceiros, familiares e amigos”, explica a Dra. Natasha Reid.
As principais instituições de saúde do mundo se uniram com a criação do Dia Internacional da Consciência da SAF (9 de setembro) para iniciar um diálogo sobre o assunto.
“Na Universidade de Queensland, em parceria com a Pathology Queensland, iniciamos uma pesquisa preliminar sobre uma ferramenta de diagnóstico que pode examinar certos marcadores no sangue para determinar se uma criança foi exposta ao álcool durante a gravidez”, disse a pesquisadora. Atualmente, a SAF não é diagnosticada em crianças até a idade escolar.
“Esse teste pode potencialmente levar o diagnóstico à infância e ajudar os pais e os profissionais de saúde a anteciparem ou se prepararem melhor para os possíveis desafios do desenvolvimento”, conclui a pesquisadora.
Acesse a notícia completa na Universidade de Queensland (em inglês).
Acesse o texto publicado pela Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Fonte: Tech4Health
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Menopausa: treinamento de resistência pode aliviar ondas de calor
Treinamentos de resistência duas a três vezes por semana podem ser efetivos, de acordo com estudo da Universidade de Linköping
Treinamento de resistência duas a três vezes por semana pode reduzir os afrontamentos, ou ondas de calor, e suores noturnos em mulheres na pós-menopausa, de acordo com estudo da Universidade Linköping, na Suécia. Este é o primeiro estudo a investigar a relação entre o treinamento de resistência e o desconforto da menopausa. Algumas pesquisas anteriores mostraram certas relações entre o exercício geral e uma redução nos afrontamentos. No entanto, outros estudos não conseguiram mostrar uma relação clara.
“É provável que, para combater o desconforto da menopausa, o exercício deva incluir esforço considerável com pulsação visivelmente aumentada, respiração mais rápida e sudorese. Nossa teoria é que o treinamento extenuante pode afetar as endorfinas no sistema nervoso central, que é também onde o sistema de controle de temperatura do corpo está localizado ”, explica Emilia Berin, doutoranda em obstetrícia e ginecologia do Departamento de Medicina Clínica e Experimental da Universidade Linköping. Ela é a principal autora do artigo publicado na revista científica Maturitas.
O treinamento de resistência é de fácil padronização: as mesmas ações são repetidas e os resultados podem ser facilmente medidos e comparados. “É por isso que queríamos continuar, estudar se o treinamento de resistência tem algum efeito [na menopausa]”.
58 mulheres na pós-menopausa, com idade média de 55 anos, participaram do estudo. Metade delas continuou sua rotina, com atividade física irregular e sem intensidade. A outra metade começou o treinamento de resistência três vezes por semana, 45 minutos por sessão, durante 15 semanas. O treinamento de resistência estava em um nível que envolvia esforço considerável.
Os resultados mostraram que aquelas que iniciaram o treinamento de resistência reduziram as ondas de calor em 44%, em média, enquanto as outras tiveram a mesma quantidade de desconforto de antes do estudo.
“Portanto, uma conclusão é que treinos de resistência extenuantes de duas a três vezes por semana podem eliminar quase a metade de todos os afrontamentos e suores noturnos. Isso deve ser visto como um bom resultado. Os comprimidos de hormônio, como o estrogênio, eliminam cerca de 90% do desconforto, mas nem todos podem usar o tratamento hormonal, por exemplo, mulheres com câncer de mama ou homens com câncer de próstata – que também podem sofrer ondas de calor durante o uso de medicamentos ”, explica Emilia Berin.
Emilia agora está investigando como a qualidade de vida das 58 mulheres no estudo está sendo afetada. “Essa análise não está completa, mas os resultados preliminares mostram que o treinamento de resistência parece afetar a qualidade de vida em geral, tanto na saúde física quanto mental”, conclui a pesquisadora.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Linköping (em inglês).
Fonte: Tech4Heath
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Desenvolvimento infantil: atividades simples ajudam a enfrentar problemas de saúde
Quando uma criança enfrenta, logo no início da vida, uma doença ou uma situação mais delicada de saúde, por vários motivos isso pode interferir no seu desenvolvimento, mesmo que de forma sutil.
Um bebê pode ter atrasos na fala e na evolução dos movimentos, por exemplo, o que acarreta consequências futuras. Por isso é importante que esses pequenos atrasos sejam identificados rapidamente. Assim, a família pode entrar em cena e estimular a criança com atividades que permitirão reverter o quadro. Brincar de “aviãozinho” com o bebê de quatro meses pode ser um exercício importante para ajudar a desenvolver a musculatura do pescoço, por exemplo. Foi pensando nesses casos que a enfermeira Flávia Alvarenga Fernandes Bruzi produziu sua dissertação de mestrado – a primeira defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Lavras (PPGDSA/UFLA).
Os resultados do estudo mostraram que 53,37% das crianças avaliadas apresentavam algum tipo de atraso. Esse percentual caiu para 14,41% depois que os pais ou responsáveis realizaram atividades diárias de estímulo com as crianças, por períodos de três e seis meses. Eles receberam da pesquisadora a orientação sobre quais atividades promover e como fazer. Esse roteiro foi elaborado a partir de informações extraídas de três manuais do Ministério da Saúde, que foram compiladas por Flávia e deram origem a um protocolo de intervenções que pode ser utilizado por profissionais de saúde em qualquer unidade de atendimento, para orientação aos familiares. “O trabalho mostrou que intervenções muito simples – medidas fáceis de serem replicadas – são eficazes para prevenir o atraso de desenvolvimento e mesmo reverter os casos já existentes. Em um período muito curto – de apenas três meses – a maior parte das crianças já consegue alcançar o desenvolvimento compatível com a idade”, avalia Flávia.
A pesquisa
O estudo foi desenvolvido com 118 crianças de até 5 anos de idade, assistidas pelo Centro Estadual de Atenção Especializada (Ceae), referência para dez municípios da região de Lavras. São crianças que passaram ou passam por diferentes problemas de saúde, como nascimento prematuro, infecções por toxoplasmose e outras doenças, baixo peso persistente e outros muitos casos que exigem atenção especial. Inicialmente, a pesquisadora realizou o diagnóstico para identificar quais delas possuíam algum tipo de atraso no desenvolvimento. A maior parte (53,37%) foi identificada com potencial de atraso. O trabalho permitiu também observar que existe uma relação entre o atraso no desenvolvimento e algumas circunstâncias que colaboram para esse atraso, como o uso contínuo de medicamentos pela criança e um histórico de internações frequentes, por exemplo.
Depois da primeira avaliação, as famílias das crianças com possível atraso foram orientadas a realizar pequenos exercícios e atividades diariamente. Nova avaliação foi feita depois de três meses, quando a pesquisadora conseguiu constatar os efeitos do programa de atividades: houve redução significativa no número de crianças que permaneciam com sinais de desenvolvimento aquém do esperado para a idade. Os estímulos continuaram e, passados mais três meses, houve outra etapa de avaliação. Já nessa fase, não se observou alteração significativa dos resultados, ficando evidente que a evolução das crianças ocorre mesmo dentro de um curto espaço de tempo.
Para que os pais e familiares mantivessem a rotina de atividades, Flávia considera que foi determinante o contato contínuo que manteve com eles. “Frequentei o Ceae durante todo esse tempo, e todas as vezes que encontrava as famílias conversávamos sobre as atividades. Foi uma forma importante de mantê-los engajados com o protocolo”, diz. “Outro ponto importante é ressaltar que os avanços ocorrem mais facilmente com crianças menores de três anos. É mais promissor reverter atrasos ainda nessa fase da vida. Como os atrasos podem ser sutis, muitas vezes pais e médicos não os identificam prontamente, e as intervenções acabam ocorrendo apenas quando a criança está maior. Por isso, é tão importante identificar precocemente e aplicar o protocolo”, explica a pesquisadora.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Lavras.
Fonte: Tech4Health
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Análise da atividade bioelétrica pode permitir diagnóstico mais rápido e confiável de problemas intestinais
O Dr. Peng Du, do Instituto de Bioengenharia da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, lidera uma pesquisa cujo objetivo é o desenvolvimento de dispositivos que possam ajudar no diagnóstico e tratamento rápidos e confiáveis de problemas intestinais. O pesquisador ganhou recentemente o Prêmio de Cientista Emergente MacDiarmid de 2018.
O trabalho liderado pelo Dr. Peng Du poderá fazer uma grande diferença na vida das pessoas que sofrem de condições digestivas crônicas que causam constantes náuseas e doenças. Ele usa uma combinação de dados experimentais e modelagem matemática para entender o que acontece com a comida que comemos, e as interações entre ondas de atividade bioelétrica geradas pelo intestino e seus movimentos para garantir que os nutrientes essenciais possam ser absorvidos. Os cientistas mapearam a atividade bioelétrica do trato gastrointestinal para distinguir funções intestinais saudáveis de anormais.
Foram desenvolvidas tiras de polímero descartáveis e flexíveis embutidas com eletrodos e circuitos para mapear a atividade bioelétrica, transmitindo as leituras para uma análise numérica. “Registrar a atividade intestinal de vários eletrodos foi nosso primeiro grande salto tecnológico e queríamos ter certeza de que os dispositivos e tecnologias fossem transferíveis do laboratório para um ambiente clínico”, diz o Dr. Peng Du. Para validar o trabalho de sua equipe, ele levou a técnica para outras pesquisas na Europa, Ásia e Estados Unidos.
O pesquisador e sua equipe de engenheiros biomédicos e clínicos conseguiram uma outra descoberta na qual a mesma atividade intestinal pode ser monitorada com uma série de eletrodos colocados na superfície do corpo, eliminando potencialmente a necessidade de procedimentos de diagnóstico médico invasivos. “Se você pode detectar a atividade elétrica, você tem uma maneira de entender as contrações e as funções gástricas sem recorrer a exames médicos invasivos e caros. É como um eletrocardiograma para o intestino e não para o coração ”, afirma o especialista.
A fabricação de protótipos está em andamento e o Dr. Peng Du diz que os primeiros dispositivos estão quase prontos para testes com pacientes em dez centros médicos em todo o mundo. Uma empresa spin-out do Instituto de Bioengenharia da Universidade de Auckland , a FlexiMap Ltd, foi fundada para gerenciar a comercialização e a propriedade intelectual gerada a partir da pesquisa.
A modelagem matemática do Dr. Du também está alimentando um programa colaborativo internacional para desenvolver um “Intestino Virtual”, abrindo o caminho para melhores técnicas de diagnóstico.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).
Fonte: Tech4Health
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Uso excessivo de fones de ouvido pode causar perda auditiva
O ideal é não utilizar por mais de meia hora continuamente e ouvir sempre com volume baixo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50% da população entre 12 e 35 anos moradora de países de média e baixa renda escuta música em intensidade que pode ser prejudicial para a sua audição. Os fones de ouvido são importantes fatores dessa estatística. O Órgão estima que mais de 1 bilhão de jovens nessa faixa etária correm o risco de sofrer perdas auditivas por divertir-se com as canções em altura excessiva nesses equipamentos. Por isso, é importante estar atento para conseguir aproveitar as melodias e manter-se saudável.
Segundo a OMS, 360 milhões de pessoas possuem perda de audição em todo o mundo. Esses problemas podem ser congênitos, presentes desde o nascimento, ou adquirido ao longo da vida. Neuropatias, diabetes e a degeneração das células da cóclea e do nervo auditivo causadas pelo envelhecimento estão entre as possíveis causas. Normalmente, quem sofre com essa situação tem alguma predisposição genética, no entanto, a exposição demasiada ao barulho também pode contribuir e, nesse sentido, o fone de ouvido tem um papel de destaque.
A utilização abusiva e prolongada do equipamento é capaz de causar efeitos irreversíveis independente do modelo escolhido. Para garantir a sua saúde, o essencial é não abusar. “Tanto o de inserção quanto o de concha, se usados excessivamente, são ruins. O ideal é não ficar mais do que meia hora continuamente. Realize pausas de, por exemplo, 10 minutos e ouça sempre com volume baixo”, explica a otorrinolaringologista do Hospital São Lucas da PUCRS, Dra. Inesângela Canali.
Se você já percebeu alguma dificuldade de compreensão auditiva, procure um especialista. Além de recorrer aos aparelhos de amplificação sonora para reabilitação, é importante controlar doenças como diabetes, hipertensão e dislipidemia, manter hábitos de vida saudáveis, evitar a exposição a ruídos altos e o uso intenso dos fones de ouvido.
Acesse a notícia na página do Hospital São Lucas da PUC-RS.
Fonte: Tech4Health
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Câncer de pele: prevenção e identificação são importantes
São cerca de 180 mil novos casos a cada ano
O verão está chegando e muitos querem ficar com a pele bronzeada, a chamada “cor do verão”. Mas cuidados essenciais para a saúde da pele são fundamentais para evitar o câncer. Durante o mês de dezembro, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove a campanha “Dezembro Laranja”, para conscientizar a população sobre o cuidados com o sol.
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
Tipos de câncer de pele
Carcinoma basocelular (CBC): o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce.
Carcinoma espinocelular (CEC): segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade.
Melanoma: tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Atualmente, testes genéticos são capazes de determinar quais mutações levam ao desenvolvimento do melanoma avançado e, assim, possibilitam a escolha do melhor tratamento para cada paciente.
Sintomas
O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas: uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente; uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Regra de Identificação do ABCDE
A seguir, a metodologia indicada por dermatologistas para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, basta seguir a Regra do ABCDE (Assimetria, Borda, Cor, Dimensão e Evolução). Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.
Assimetria: simétrico (benigno) x assimétrico (maligno);
Borda: regular (benigno) x irregular (maligno);
Cor: tom único (benigno) x dois tons ou mais (maligno);
Dimensão: inferior a 6 mm (provavelmente benigno) x superior a 6 mm (provavelmente maligno)
Evolução: não cresce nem muda de cor (provavelmente benigno) x cresce e muda de cor (provavelmente maligno)
Como aproveitar o verão com saúde?
Segundo o Dr. Luis Carlos de Campos, Chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a exposição ao sol deve ser evitada entre 10h00 e 16h00. O organismo necessita ser hidratado constantemente, com ingestão de líquidos pós exposição. Além disso, outras medidas podem ser utilizadas para a prevenção do câncer de pele:
- Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
- Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. O fator solar deve ser proporcional à tonalidade da pele.
- Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
- Preferir roupas claras, pois absorvem menos calor.
Acesse a notícia na página do Hospital São Lucas da PUCRS.
Acesse a notícia na página da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Fonte: Tech4Healt
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Cuidados podem evitar lesão no ombro após a administração de vacinas
É comum sentir dor muscular fraca após uma injeção de vacina
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, reitera a necessidade de profissionais de saúde, incluindo farmacêuticos, tomarem certas precauções para minimizar o risco de seus pacientes sofrerem uma lesão no ombro relacionada à administração de vacina (SIRVA, do inglês shoulder injury related to vaccine administration).
SIRVA é um fenômeno incomum e pouco estudado que as pessoas podem experimentar após receberem uma vacinação administrada inadequadamente. Ocorre quando a injeção é administrada em posição muito alta no braço, na cápsula do ombro em vez do músculo deltoide. “Com a temporada de gripe em andamento [no hemisfério Norte] e as vacinas contra a gripe amplamente disponíveis, tanto o público quanto os profissionais de saúde devem entender como reconhecer e responder à SIRVA”, disse a Dra. Kelly Grindrod, professora da Escola de Farmácia da Universidade de Waterloo. “Existem estratégias que podemos adotar para diminuir a probabilidade de ocorrência de lesões no ombro. Quando for tomar uma vacina contra a gripe, use uma camisa sem mangas ou uma camisa onde as mangas possam ser facilmente enroladas. Não puxe o pescoço da camisa para baixo, pois isso pode levar a injeção de uma vacina no ombro em vez do braço. Colocar a mão no quadril com o cotovelo para fora e para longe do corpo também ajudará a relaxar o músculo deltoide onde a injeção está sendo aplicada. ”
É comum sentir uma dor muscular fraca após uma injeção de vacina, mas essa dor desaparece em poucos dias. Em contraste, a SIRVA poderá levar a dor que começa dentro de 48 horas após a administração da vacina e não melhora com medicamentos analgésicos vendidos sem prescrição médica.
“Em pacientes que passam pela SIRVA, podem se passar meses e os pacientes ainda se queixarão de aumento da dor, fraqueza e mobilidade prejudicada no braço injetado. Ações simples como levantar o braço para escovar os dentes podem causar dor ”, explica a Dra. Kelly Grindrod. “É importante que aprendamos a reconhecer esses sinais da SIRVA para que possamos ter acesso ao tratamento adequado”.
Pessoas com esses sintomas devem conversar com seu médico. Uma ultrassonografia é necessária para diagnosticar a SIRVA e determinar o nível e o tipo de dano. O tratamento inclui uma injeção de corticosteroide no ombro ou fisioterapia.
Embora a SIRVA seja bastante incomum, muitas vezes não é facilmente diagnosticada. A conscientização sobre a SIRVA é necessária para os prestadores de serviços de saúde e também para os pacientes. A Dra. Grindrod e co-autores realizaram uma revisão da literatura para desenvolver recursos que ensinam os prestadores de cuidados de saúde sobre a SIRVA e como evitá-la usando técnicas adequadas de vacinação.O artigo científico referente a este estudo foi publicado na revista científica Canadian Pharmacists Journal.
Fonte: Tech4Health
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia na página da Universidade de Waterloo (em inglês).
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