Música desenvolve a linguagem falada de crianças com deficiência auditiva
Empregar música na educação infantil e na educação básica beneficia a todos e salvaguarda o direito à aprendizagem de alta qualidade para crianças com distúrbios de linguagem
Pesquisadoras finlandesas compilaram diretrizes (para uso internacional) de utilização da música como apoio no desenvolvimento da linguagem falada. As diretrizes são adequadas para os pais de crianças com deficiências auditivas, provedores de educação infantil, professores, fonoaudiólogos e outros reabilitadores de crianças com deficiência auditiva, bem como para os próprios deficientes auditivos.
Ao desenvolver um curso de música projetado para crianças usando um implante coclear, a professora de Logopedia e Fonoaudióloga da Universidade de Helsinque, na Finlândia, Dra. Ritva Torppa notou que a música, especialmente o canto, beneficia o cérebro de crianças com deficiência auditiva e sua linguagem falada. O objetivo da música é melhorar a percepção da fala e da linguagem falada.
Em um artigo publicado na revista científica Hearing Research, a professora RitvaTorppa e a pesquisadora da Unidade de Pesquisa Cognitiva Cerebral Dra. Minna Huotilainen reuniram suas próprias descobertas e as de outros pesquisadores que demonstram que as atividades musicais desenvolvem a percepção da prosódia das crianças, como variação de ritmo e tom e linguagem falada.
“Essas habilidades facilitam a vida das crianças”, explica a Dra. Ritva Torppa. “Escutar a fala, por exemplo, em ambientes com sons, torna-se menos estressante, ao mesmo tempo em que se comunicar com os outros e absorver informações na escola e na vida cotidiana também se torna mais fácil”.
Utilizar música na educação pode beneficiar todos
A Dra. Minna Huotilainen enfatiza o princípio da igualdade. Empregar música na educação infantil e na educação básica beneficia a todos e salvaguarda o direito à aprendizagem de alta qualidade para crianças com distúrbios de linguagem, aqueles que aprendem finlandês como segunda língua e crianças com deficiências de desenvolvimento.
“O uso de métodos musicais no ensino intensifica o aprendizado e está alinhado com os resultados da mais recente pesquisa sobre o cérebro”, observa a especialista.
Segundo ela, a música também dá a cada criança e jovem uma voz própria, um canal de auto-expressão e a chance de ser ouvido. A Dra. Minna Huotilainen espera que as habilidades musicais sejam mais bem reconhecidas na formação de educadores da primeira infância e professores de educação básica.
As diretrizes básicas para o uso da música estão incluídas no artigo científico e estão disponíveis em finlandês na página da rede Cicero Learning. Segundo as pesquisadoras, as diretrizes são adequadas para todos, independentemente do tipo de deficiência auditiva.
Acesse a página da rede Cicero Learning (em inglês).
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Helsinque (em inglês).
Fonte: Tech4Health
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Desenvolvimento infantil: atividades simples ajudam a enfrentar problemas de saúde
Quando uma criança enfrenta, logo no início da vida, uma doença ou uma situação mais delicada de saúde, por vários motivos isso pode interferir no seu desenvolvimento, mesmo que de forma sutil.
Um bebê pode ter atrasos na fala e na evolução dos movimentos, por exemplo, o que acarreta consequências futuras. Por isso é importante que esses pequenos atrasos sejam identificados rapidamente. Assim, a família pode entrar em cena e estimular a criança com atividades que permitirão reverter o quadro. Brincar de “aviãozinho” com o bebê de quatro meses pode ser um exercício importante para ajudar a desenvolver a musculatura do pescoço, por exemplo. Foi pensando nesses casos que a enfermeira Flávia Alvarenga Fernandes Bruzi produziu sua dissertação de mestrado – a primeira defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Lavras (PPGDSA/UFLA).
Os resultados do estudo mostraram que 53,37% das crianças avaliadas apresentavam algum tipo de atraso. Esse percentual caiu para 14,41% depois que os pais ou responsáveis realizaram atividades diárias de estímulo com as crianças, por períodos de três e seis meses. Eles receberam da pesquisadora a orientação sobre quais atividades promover e como fazer. Esse roteiro foi elaborado a partir de informações extraídas de três manuais do Ministério da Saúde, que foram compiladas por Flávia e deram origem a um protocolo de intervenções que pode ser utilizado por profissionais de saúde em qualquer unidade de atendimento, para orientação aos familiares. “O trabalho mostrou que intervenções muito simples – medidas fáceis de serem replicadas – são eficazes para prevenir o atraso de desenvolvimento e mesmo reverter os casos já existentes. Em um período muito curto – de apenas três meses – a maior parte das crianças já consegue alcançar o desenvolvimento compatível com a idade”, avalia Flávia.
A pesquisa
O estudo foi desenvolvido com 118 crianças de até 5 anos de idade, assistidas pelo Centro Estadual de Atenção Especializada (Ceae), referência para dez municípios da região de Lavras. São crianças que passaram ou passam por diferentes problemas de saúde, como nascimento prematuro, infecções por toxoplasmose e outras doenças, baixo peso persistente e outros muitos casos que exigem atenção especial. Inicialmente, a pesquisadora realizou o diagnóstico para identificar quais delas possuíam algum tipo de atraso no desenvolvimento. A maior parte (53,37%) foi identificada com potencial de atraso. O trabalho permitiu também observar que existe uma relação entre o atraso no desenvolvimento e algumas circunstâncias que colaboram para esse atraso, como o uso contínuo de medicamentos pela criança e um histórico de internações frequentes, por exemplo.
Depois da primeira avaliação, as famílias das crianças com possível atraso foram orientadas a realizar pequenos exercícios e atividades diariamente. Nova avaliação foi feita depois de três meses, quando a pesquisadora conseguiu constatar os efeitos do programa de atividades: houve redução significativa no número de crianças que permaneciam com sinais de desenvolvimento aquém do esperado para a idade. Os estímulos continuaram e, passados mais três meses, houve outra etapa de avaliação. Já nessa fase, não se observou alteração significativa dos resultados, ficando evidente que a evolução das crianças ocorre mesmo dentro de um curto espaço de tempo.
Para que os pais e familiares mantivessem a rotina de atividades, Flávia considera que foi determinante o contato contínuo que manteve com eles. “Frequentei o Ceae durante todo esse tempo, e todas as vezes que encontrava as famílias conversávamos sobre as atividades. Foi uma forma importante de mantê-los engajados com o protocolo”, diz. “Outro ponto importante é ressaltar que os avanços ocorrem mais facilmente com crianças menores de três anos. É mais promissor reverter atrasos ainda nessa fase da vida. Como os atrasos podem ser sutis, muitas vezes pais e médicos não os identificam prontamente, e as intervenções acabam ocorrendo apenas quando a criança está maior. Por isso, é tão importante identificar precocemente e aplicar o protocolo”, explica a pesquisadora.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Lavras.
Fonte: Tech4Health
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