Pesquisadores testam técnicas de conservação do tecido ovariano
Prática é indicada a mulheres que querem engravidar após tratamento oncológico
O congelamento de tecido ovariano é uma alternativa promissora para mulheres que sonham em ter filhos após passarem por tratamento oncológico. Diferentemente do congelamento de óvulos, essa prática permite recuperar a funcionalidade do ovário – tanto no quesito fertilidade quanto em relação à produção de hormônios. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Hormônios e Saúde da Mulher (INCT-Hormona) vêm desenvolvendo técnicas para melhorar a conservação do tecido congelado e proporcionar resultados mais positivos ao ser transplantado.
Os avanços já são observados em modelos animais e, ainda neste semestre, as novas técnicas deverão ser testadas em tecido humano. De acordo com o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e um dos pesquisadores envolvidos no projeto, Dr. Fernando Reis, embora a prática de congelamento de tecido ovariano já seja utilizada na medicina reprodutiva, ainda há muito a desenvolver.
O congelamento de tecido é indicado a pacientes que serão submetidas à quimioterapia ou à radioterapia, tratamentos que podem provocar a infertilidade. Quanto mais conservado estiver o tecido, maiores são as chances de sucesso do tratamento. Isso porque os fragmentos do ovário que forem congelados poderão ser transplantados de volta ao corpo da paciente, após sua cura. “Assim, o tecido vai se regenerar, e ela poderá voltar a produzir hormônios, ovular e a engravidar espontaneamente ou por meio de reprodução assistida”, explica o Dr. Fernando Reis.
O grupo pesquisa uma técnica que se vale de novos materiais crioprotetores, para evitar possíveis danos ao tecido exposto ao frio extremo. Na pesquisa, são comparadas duas técnicas de congelamento: a lenta e a ultrarrápida (vitrificação), com e sem polímeros sintéticos, que são produtos químicos que poderiam proteger ainda mais as células.
Essas técnicas vem sendo testadas em ovários de macacas e bovinos. Segundo o professor, a escolha desses animais se deve à semelhança estrutural e funcional com os ovários humanos. Os testes em bovinos utilizam material doado por frigoríficos. Os resultados, possivelmente, serão conhecidos ainda neste ano.
Acesse a notícia completa na página da UFMG.
Fonte: Tech4Health
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Estudo populacional espera compreender melhor como evitar doenças cardiopulmonares
Estudo realizado na Suécia com 30 mil participantes procura formas de determinar quais indivíduos correm maiores riscos de doenças cardiovasculares e pulmonares
Em toda a Suécia, cerca de 30 mil pessoas participaram nos últimos anos de um estudo populacional único sobre doenças cardiopulmonares. Como resultado do estudo, que é chamado SCAPIS (Swedish CardioPulmonary bioImage Study), uma base de dados única está sendo desenvolvida. Seis hospitais universitários estiveram envolvidos com a pesquisa: Göteborg, Linköping, Malmö, Stockholm, Umeå and Uppsala.
No município de Linköping, a coleta de dados está concluída e 5058 pessoas participaram do estudo. Cerca de 58% dos indivíduos convidados aleatoriamente para participar do estudo, com idade entre 50 e 64 anos, aceitou o convite.
O estudo incluiu testes da função pulmonar, exames ultrassonográficos de artérias carótidas e cardíacas, exames de sangue e tomografia computadorizada. O objetivo é realizar descobertas que possibilitem prever e prevenir doenças cardiovasculares e pulmonares. “As pessoas podem dizer ‘já sabemos disso’. Sabemos que fumar, hipertensão e gordura no sangue são perigosos. Mas as pessoas devem lembrar que aprendemos essas coisas com esse tipo de estudo populacional de grande porte. A diferença é que agora somos capazes de refinar o diagnóstico de doenças cardiovasculares com tecnologia altamente avançada ”, argumenta o Dr. Carl Johan Östgren, diretor do SCAPIS em Linköping e professor do curso de Medicina na Universidade Linköping.
Algumas tecnologias e exames nunca foram usados ou executados em uma quantidade tão grande de participantes, o que torna o estudo único.“Nenhum estudo anterior usando tomografia computadorizada na artéria coronária teve 30.000 participantes. O SCAPIS é também o maior em termos de medição da atividade física durante um período de uma semana usando acelerômetros ”, explica o Dr. Carl Johan Östgren.
O protocolo do estudo SCAPIS foi idêntico em todos os locais de estudo, para que os resultados possam ser comparáveis. Por exemplo, o mesmo equipamento de tomografia computadorizada foi usado e seu software nem sequer foi atualizado enquanto o estudo estava em andamento.
Um arquivo de computador contendo informações sobre todos os 30 mil participantes estará pronto até meados de 2019.
“Do ponto de vista da prevenção, o mais interessante será acompanhar todo o grupo no registro e acompanhar quais indivíduos realmente adoecerão com doenças cardiovasculares e pulmonares. Aqui teremos que esperar três ou quatro anos pelos resultados. ”
As organizações que financiam estudos populacionais em larga escala geralmente exigem que os dados coletados sejam disponibilizados publicamente. Isso também se aplica ao SCAPIS. “Os pesquisadores já podem solicitar acesso ao material. Em uma fase posterior, o banco de dados estará disponível tanto para pesquisadores como para o público ”, conclui o Dr. Carl Johan Östgren.
Acesse a página do estudo SCAPIS (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Linköping (em inglês).
Fonte: Tech4Health
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